E se você não for o(a) melhor?

Uma avalanche de propagandas na internet e na TV tenta disseminar a ideia de que você precisa obrigatoriamente ser o melhor naquilo que faz. Os livros também não ficam de fora da estratégia dos “escritores vencedores”, e encabeçam a lista dos bestsellers que nos tentam ensinar o caminho do pódio, o qual se limita geograficamente sempre ao primeiro lugar. Ser o segundo ou terceiro não é satisfatório. Isso é para perdedores e fracos.

Numa busca rápida que fiz na internet, encontrei uma infinidade de obras que tratam sobre o assunto deste artigo. Os ditos livros parecem possuir porções mágicas capazes de transformar um perdedor em vencedor, fazendo o choro cessar, dissipando a frustração pela derrota e criando a redoma dos melhores. Isto é possível? E se você não conseguir ser o melhor?

Não encontrei nas Sagradas Escrituras nenhum texto que me fizesse acreditar que preciso ser o melhor naquilo que faço, igualmente também não achei nenhuma indicação para o desleixo com a vida de modo geral. A lavagem cerebral que os marqueteiros de plantão fazem é o que me preocupa. Tenho visto uma geração exageradamente histérica com o desejo de ser o melhor e de ocupar os lugares mais altos de uma sociedade fragmentada. A pressão que vem de fora e de dentro sobre os jovens é muito grande, e no afã de ser o melhor, na paranóia de ser o primeiro, alguns dão com os burros n’água quando não alcançam seus objetivos tão sonhados e planejados. A sensação que fica é que nadaram, nadaram e morreram na praia. O gosto da derrota amarga ao quadrado.

Após o “fiasco”, muitos entram em depressão, outros se escondem em seus próprios medos. Afinal, descobriram que nem sempre é possível ocupar o primeiro lugar do pódio de uma sociedade leonina. O que fazer? Calma, vamos pensar juntos.

Lembremo-nos do garoto Davi. A Bíblia diz que ele tocava harpa, que era valente, vigoroso, homem de guerra, prudente em palavras, de gentil presença, e que o Senhor era com ele, amém! Porém, em nenhum momento o texto sagrado afirma que Davi era o melhor harpista de Israel. Creio que ele era um exímio músico, não o melhor. Na minha humilde visão, o que levou Davi à presença do rei Saul foi sua fidelidade ao Senhor. As outras qualidades apenas contribuíram para que fosse escolhido.

Lembremo-nos também de Pedro. A Bíblia diz que era pescador e não lhe concede o título de melhor pescador da Galileia. Talvez o fosse, mas o texto sagrado não nos diz nada a respeito.

Lembremo-nos ainda de Jesus Cristo. A Bíblia diz que era carpinteiro, ofício honroso e meticuloso. Todavia, não há sequer uma vírgula nos quatro evangelhos que aponte para Jesus como o melhor carpinteiro de sua cidade.

Por último, descobrimos que o apóstolo Paulo construía tendas. Será que era o melhor construtor de tendas da época? Não sabemos, a Bíblia não se preocupou em registrar isso.

Amigos e amigas, quero dizer-lhes o seguinte: Não ser o melhor naquilo que fazemos não nos transforma em piores, fracassados ou derrotados. A semântica da liderança é muito simples. Os melhores são substituídos todos os dias, todas as horas. Hoje, você é o melhor, amanhã poderá não ser mais. Ayrton Senna, ídolo brasileiro, já foi o melhor piloto da Fórmula 1, logo foi substituído por um alemão que quebrou todos os seus recordes. Kaká já foi eleito o melhor jogador do mundo; hoje o seu posto é ocupado pelo argentino Lionel Messi. A rotatividade entre os melhores é rápida e frenética, e se não estivermos preparados para sermos substituídos por alguém melhor do que a gente, entraremos em parafuso, diazepam na veia!

Você gosta de artes? Seu sonho é ser um grande pintor renomado da sua época? E se você não for um Michelangelo? Você é músico? Seu sonho é ser o melhor guitarrista da sua época? E se você não for um Jimi Hendrix? Hoje, você é o melhor escritor do seu segmento, amanhã poderá ser substituído por alguém melhor. Hoje, você é o melhor gerente da sua loja, amanhã poderá ser substituído por alguém melhor. Respire fundo, não se preocupe, e não arranque os cabelos da cabeça por isso. Não seremos piores, menos amados, ou burros por termos descido do pódio.

Posso lhe dar um conselho? Esforce-se para investir no talento que Deus lhe deu. Busque renovação diária, se atualize, estude, não seja preguiçoso, seja fiel a Deus, conte com Ele os seus dias de maneira que alcance coração sábio. Se você fizer tudo isso, e por acaso o seu esforço pessoal o levar naturalmente ao primeiro lugar do pódio, Deus também será louvado através da sua vida. Com os pés no chão, curta o lugar mais elevado e esteja preparado para a qualquer momento desocupar este lugar e dá-lo a alguém que superou o seu talento.

E se você não for o melhor naquilo que faz, Deus continuará a ser exaltado através da sua vida do mesmo modo. O bondoso Deus estará feliz com o seu empenho em ser excelente naquilo que faz.

Não busque desesperadamente o primeiro lugar… Deus lá de cima olha igualmente a todos.

Fonte: Púlpito Cristão

Published in: on dezembro 9, 2010 at 22:45  Deixe um comentário  

Toda religião deve ter expressão na TV pública

A presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), Tereza Cruvinel, disse, nesta terça-feira, que apresentará uma proposta para que todas as religiões tenham programas na grade da TV Brasil e das oito emissoras de rádio que compõem a rede pública, caso o conselho de curadores da companhia decida pela não retirada dos programas católicos e evangélicos do ar.

“É uma questão ainda em debate, um debate muito caloroso. Há posições divergentes. Há quem diga que o Estado é laico, então não deve ter religião. Eu digo: mas a TV não é do Estado, a TV é pública, então, ela é da sociedade, a sociedade é diversa. Na minha opinião, todas as religiões devem ter expressão na TV pública. Na próxima reunião quando o conselho for retomar o debate, a TV Brasil vai apresentar uma proposta de ampliar o papel das religiões,” disse Cruvinel.

Parte do conselho da EBC participou de uma audiência pública em Belo Horizonte, em Minas Gerais, e havia a expectativa de que a medida fosse votada. Os membros, porém, optaram por adiar a decisão para a próxima reunião, em 15 de fevereiro de 2011.

“Hoje nós só temos de fato, programas católicos e evangélicos (…) Acho que é mais condizente ter a pluralidade do que proibir tudo”, afirmou a presidente da EBC. “Acho que isso foi uma demonstração de maturidade do conselho de não tomar uma decisão que não unifica. Quando as opiniões estão divididas é sinal de que é preciso conversar mais”.

José Eduardo Gonçalves, presidente da Rede Minas, ligada ao governo do Estado, disse que, se o conselho decidir pela retirada do ar dos programas religiosos, a emissora estatal acatará a decisão. “Não temos uma programação religiosa. Nossa programação é laica. Só que aos domingos pela manhã, temos uma missa. Essa é uma tradição” disse. “Tudo que vier determinado para o funcionamento das TVs públicas, nós vamos obedecer. (…) Isso não terá nenhum impacto a respeito do faturamento da grade. Nós não fazemos aluguel do nosso espaço para programas religiosos”.

Regulamentação da mídia

Tereza Cruvinel afirmou ainda que o governo federal pretende criar uma agência reguladora do setor de telecomunicação e radiodifusão, mas que o projeto ainda está em fase de estudos e por isso não “existe uma versão definitiva.”

“Se nós estamos discutindo uma regulação, tem que ter um órgão para fazê-la”, afirmou. “A regulação existe em todas as democracias, como ficou claro no seminário de mídia que aconteceu em Brasília há três semanas com representes de vários países”.

Cruvinel disse que a EBC participa da elaboração do projeto que criaria a agência reguladora, mas que o documento ainda depende de aperfeiçoamento. “Eu não conheço o anteprojeto. Eu acho que, como jornalista, precisamos de regulação. A liberdade de imprensa é um direito sagrado de todos, mas existem outros direitos que também precisam ser preservados”.

Fonte: Terra

Published in: on dezembro 8, 2010 at 14:27  Deixe um comentário